A cada ano o número de adolescentes que engravidam tem
aumentado; esta é uma característica de vários países, e aí se inclui o
Brasil. As causas são o início cada vez mais precoce da atividade sexual
e a menarca, que também tem ocorrido mais cedo na vida das jovens.
Mais do que a falta de informação, o medo de assumir a vida
sexual e a falta de espaço para discussão de valores no seio de suas
famílias levam as adolescentes a se engravidar. Perdidas entre o “não
pode” dos pais e o “faça” autoritário que impera na mídia, as adolescentes raramente conseguem alguém para ouvir seus conflitos e medos.
Muitas de nossas adolescentes conhecem os métodos anticoncepcionais
disponíveis. O estranho é que, assim como as desinformadas, elas
engravidam quase que com a mesma facilidade. A informação, nesse caso, é
necessária, mas não é suficiente.
Adolescentes: uma época muito especial
“Ser adolescente é pertencer a uma raça muito especial” já dizia Ana
Freud em meados do século. É normal para o adolescente se comportar de
maneira inconsciente e não previsível. Lutar contra seus impulsos e
aceitá-los, amar seus pais e odiá-los, ter vergonha de reconhecê-los
perante outros e querer conversar com eles.
Identificar-se e imitar os outros enquanto procura identidade
própria. O adolescente é idealista, artístico, generoso, pouco egoísta e
também exatamente o oposto: egoísta, calculista e autoconcentrado.
Muito mais do que a falta de informação, a gravidez na
adolescência está ligada as características próprias dessa fase da
vida. A onipotência do “comigo não acontece”, a impetuosidade do “se der
errado, depois agente vê”, a busca de identidade no “se eles acham que
isso é certo, eu faço o contrário”, a energia de “vamos ver o sol
nascer depois a gente vai direto para aula”…Junte a estas atitudes o
pouco ou nenhum diálogo com a família, além da angústia do conflito
entre o desejo e as conseqüências, para que a gravidez aconteça. Depois o
argumento mais ouvido é: “não pensei que fosse engravidar”.
Países como o México e Suécia colocaram a pílula anticoncepcional a
disposição das jovens em postos de saúde e incluíram explicações sobre
métodos anticoncepcionais nos currículos escolares. Quase não obtiveram
resultado algum. Quando pesquisadas as jovens mexicanas disseram que
queriam ser mães para serem mais respeitadas. As suecas disseram que o
filho dava significado a uma vida solitária e sem expectativas.
Métodos Anticoncepcionais
Cada método tem suas vantagens e desvantagens. A pílula é o mais
eficaz dos contraceptivos, mas seu uso deve ser acompanhado por um
ginecologista. O preservativo (camisinha) é mais barato, mas não é
garantido: pode romper-se no momento da relação. A maior vantagem é que a
camisinha protege contra doenças sexualmente transmissíveis, como Aids.
O DIU (Dispositivo Intra-Uterino) é o dispositivo mais eficaz, depois
da pílula, mas alguns médicos não o recomendam para mulheres que nunca
tiveram filhos. O diafragma é seguro, se usado corretamente, e vem
acompanhado de um gel espermicida que funciona como lubrificante. Por
fim, existe a tabelinha, um método natural mas cheio de falhas,
principalmente se a garota tiver um ciclo menstrual irregular. Neste
caso, recomenda-se o uso conjugado com outro método como a camisinha.
O Parto
Apesar de que no Brasil a maioria das mães adolescentes em
grandes cidades acabam por receber atendimento pré-natal, um grande
número de partos (na faixa de 20%) são considerados como de alto risco,
pelo fato do corpo das adolescentes não se encontrar adequadamente preparado para a maternidade.
Mas, de qualquer modo, os bebês se encontram, ao nascer (em sua
maioria) dentro da faixa de normalidade de peso e estatura, sendo o
nascimento ocorrido a termo, ou seja, após o período de gestação ter
sido completado.
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